quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A possível relação entre Jesus e Madalena

cerne da polêmica.
A Igreja Católica, ao definir os evangelhos de Lucas, Marcos, João e Mateus, como canônicos, excluiu todos os outros escritos (também chamados de evangelhos gnósticos) a respeito da vida de Jesus, tirando deles qualquer cunho de veracidade.
À luz dos quatro evangelhos, o papel de Madalena na vida de Jesus se resume à mulher que teve sete demônios expulsos de seu corpo pelo Mestre e que se tornou sua seguidora; a que lhe lavou os pés com suas lágrimas, secou-os com seus cabelos e ungiu-os com óleos, arrependida de seus pecados; aquela, presente aos pés da cruz, no momento da Crucificação; e, finalmente, a primeira pessoa que viu Jesus ressurgido dos mortos.
Já nos evangelhos gnósticos, inclusive no da própria Madalena, cujos fragmentos foram encontrados em 1940, o papel desta mulher é muito maior. Nestes, ela surge como a preferida de Jesus; aquela que compreende seus pensamentos e seus planos; a que causa inveja a Pedro; a admirada pelo “Mestre”; a que Jesus beija na boca. Diante destas afirmações, seria Madalena a sucessora de Jesus e a destinada à fundação de sua Igreja, segundo teorias.
Dan Brow sustenta uma conspiração tramada por Constantino, ao instalar o Concílio de Nicéia (séc. IV), para que fossem suprimidas essas informações e, principalmente, a de que Jesus e Madalena teriam tido filhos.
Historicamente, o Concílio de Nicéia discutiu as bases do cristianismo como o conhecemos hoje, inclusive a primeira versão do Credo foi nele estabelecida:

- a questão ariana (Ário foi um presbítero que defendia a idéia de que Jesus não era “O Filho”, mas uma “criatura do Pai”, ou seja, Jesus seria apenas um instrumento de Deus, mas sem natureza divina);
- a celebração da Páscoa (discutia-se a data de sua celebração, que deveria divergir da judaica);
- o cisma de Milécio;
- o batismo dos heréticos;
- o estatuto dos prisioneiros na perseguição de Licínio (imperador romano destituído por Constantino).

É fato que, em nenhum dos evangelhos, sejam canônicos ou gnósticos, menciona-se uma relação marital entre Jesus e Maria Madalena. Mas, registrado foi o tratamento igualitário de Jesus para com homens e mulheres, o que também enfraquece a tese de Dan Brown. Por outro lado, também não é mencionado em nenhum momento que Madalena era prostituta, essa qualidade foi-lhe “gentilmente” cedida pelo Papa Gregório (séc. VI). A Igreja até fez um movimento, ainda que fraquinho, em 1969, para reabilitá-la, mas o mal já estava feito.



OPUS DEI - não há controvérsias quanto à sua existência

Não é uma Ordem, como as demais ordens religiosas, mas uma prelazia pessoal do papa, assim instituída por João Paulo II. Ou seja, é uma instituição de caráter honorário, um braço diferenciado das ordens eclesiásticas. Não está hierarquicamente vinculada a nenhum bispado, mas apenas ao papa.
A Opus Dei foi fundada em 1928, pelo padre espanhol Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975). É realmente uma instituição dentro da religião católica diferenciada, cheia de segredos, adepta de práticas controversas, como as da autoflagelação; formada por padres (e não monges, como são chamados no livro de Brown seus integrantes) e leigos (outra grande diferença das demais ordens). Na filosofia de seu fundador, qualquer pessoa pode se tornar um santo no dia-a-dia, em casa, profissionalmente, em qualquer área da vida em que atue. Atualmente, congrega quase 100 mil membros em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Na contramão da história, é completamente ortodoxa: exige obediência absoluta de seus membros; condena o aborto e o sexo pré-matrimonial, entre outras coisas. Além disso é, politicamente, conservadora de direita.
Duas categorias fundamentais caracterizam a organização: os numerários, que residem em centros da instituição; e os supernumerários (70% de suas fileiras), que vivem em suas casas. Os numerários praticam o celibato e a mortificação – uso do cilício (cinta com pontas, aplicada sobre a coxa) e da disciplina (chicote de corda com que se golpeiam as costas ou nádegas), mas, ao que parece, isto foi exagerado em muito por Dan Brow.
Em que pese acusações e defesas, o fato é que o livro deu visibilidade à organização que, agora, se vê forçada a se abrir e a se tornar mais transparente.

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