quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A última Ceia



A pintura foi feita no refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie, em Milão, sob encomenda do Duque Lodovico Sforza, que mandara construir o convento para, entre outras coisas, servir de mausoléu para sua família.
A obra está repleta de indicações sutis de que Da Vinci conhecia o segredo do relacionamento carnal entre Jesus e Madalena e do filho que dele nasceu, segundo o escritor. Entre estas indicações estariam:

- a ausência de um cálice na pintura, conhecido como o “Santo Graal”, indicaria que, na verdade, o “Sangue Sagrado” era Maria Madalena, e não a peça em si, e que esta traria no ventre um filho de Jesus, portanto, seu sagrado sangue;
- João, o primeiro discípulo à direita de Jesus, o discípulo amado, único imberbe da obra, representado por feições femininas e delicadas, seria, na realidade, Maria Madalena;
- a oposição das cores das roupas de Jesus e Madalena, segundo Brown, seria indicativa da complementaridade do casal;
- a mão que parece ameaçar João, na interpretação de Brown, Madalena, é a de Pedro, sugerindo o ciúme do discípulo em relação a Madalena e, pelo mesmo motivo, também seria sua mão que esconderia o punhal que aparece no afresco;
- se recortada e movida a imagem de João/Madalena, para a direita de Jesus, a pose que se forma, incontestável, tanto em graus , quando em sobreposição, é a de João/Madalena com a cabeça apoiada sobre o ombro do Mestre, como um casal;
- na pintura, a distância entre João/Madalena de Jesus insinua a letra “V”, símbolo do Sagrado Feminino e, na cultura pagã, indicativo de cálice. Ainda baseado na distância entre os dois corpos, a partir do “V” e as hastes laterais formadas pelos corpos de Jesus e Madalena, percebe-se a letra “M”, indicativa do nome Maria;
- sendo Madalena na pintura, faltaria um discípulo na Ceia, Brown argumenta que este discípulo seria Judas que já teria saído para trair Jesus.
Os que interpretam diferentemente a obra contra-argumentam:
- a ausência do cálice se justifica pela escolha do momento a ser pintado por Da Vinci (João, 13:21 – a traição de Judas), cuja ênfase é dada à traição e não à partilha do pão e vinho (a Eucaristia);
- o fato de João ter sido representado imberbe se justifica por sua idade, era o mais jovem entre os discípulos, portanto ainda não teria se firmado em suas feições sua masculinidade, sendo, inclusive, um costume àquela época;
- João estaria à direita de Jesus por se tratar do discípulo mais amado, como o próprio apóstolo relataria em seu evangelho;
- a oposição das cores das roupas de Jesus e João indicaria tão somente a simetria, tão difundida naqueles tempos do Renascimento;
- o punhal na pintura indicaria a traição que Jesus sofreria, não pertencendo a nenhum dos apóstolos, ou, estando nas mãos de Pedro, representaria sua disposição em defender Jesus do traidor;
- a mão de Pedro no pescoço de João seria apenas um gesto fraterno do discípulo solicitando ao Evangelista, costume comum entre eles, que perguntasse a Jesus quem seria o traidor;
- a posição dos discípulos atenderia ao equilíbrio da obra, além de acentuar a desunião e perplexidade causadas pela revelação da traição;
- se o discípulo à direita de Jesus fosse Madalena faltaria um dos apóstolos na obra.

A mais nova polêmica sobre a obra foi descoberta por um técnico de informática italiano. O profissional folheando uma revista onde havia uma imagem da obra, resolveu scaneá-la e imprimi-la em papel translúcido. Sobrepondo uma à outra, surpreendentemente surgiu outra pintura, ou uma pintura escondida na original. (vejam o vídeo)

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