quinta-feira, 23 de abril de 2009

A história do Livro: das tabuletas ao Livro digital

- Em seu “Dia Mundial”, Livro tem inicial maiúscula -

Tudo começou em tabuletas de argila ou pedra.

Selo cilíndrico usado nos primeiros documentos escritos da Mesopotâmia, no século 23 a.C.

Através dos escribas (egípcios) ou libraii (romanos), surge o papiro, feito com películas da parte exterior da haste da planta de mesmo nome. O papiro, enrolado em um cilindro, era denominado volumen e quando continha mais de uma obra, denominava-se tomo.

Papiro egípcio

O pergaminho (nome derivado de Pérgamo, cidade da Ásia menor), excerto de couro de animais, substituiu o papiro. Com o pergaminho, a costura passou a ser a nova forma de colecionar os escritos, agora em uma compilação de páginas e não de rolos. Assim, o volumem passa a ser denominado Códex (ou Códice).

Códex Manesse - Ulrich von Singenberg

O Códex dá identidade ao Livro, transforma-o em um objeto que abriga uma obra escrita. Roma consolida seu uso, através da leitura pública (recitatio) e por lazer (voluptas). Surgem as primeiras livrarias e a figura do editor. O primeiro editor conhecido é Atticus, homem de aguçado senso mercantil.

Na Idade Média, o livro passa a ser, quase exclusivamente, propriedade dos religiosos e é tido com objeto de salvação. Nesta época, surgem os copistas, monges dedicados integralmente a reprodução de obras literárias e os textos didáticos, destinados à formação dos religiosos.

Copista - Idade Média

Ainda na Idade Média, surge o uso de margens, páginas em branco, pontuação, letras maiúsculas, índices, sumários, resumos e a classificação dos livros em gêneros. Além dos didáticos, surgem os florilégios (coletânea de vários autores), os auxiliares e os eróticos. Progressivamente a língua vernacular substitui o latim romano.

O papel começa a substituir o pergaminho.

Já no século XIV, fim da Idade Média (1405), surge, na China, a primeira impressora de tipos móveis, construída por Pi Sheng. Mas foi na Idade Moderna, cinquenta anos após Pi Sheng (1455), que Johannes Gutenberg inventa a impressora com tipos móveis reutilizáveis e imprime o primeiro Livro: a Bíblia.

Página da Bíblia impressa por Gutenberg

Com o surgimento da impressora, o Livro se populariza. A antiga caligrafia, denominada Carolíngea, é relegada ao ostracismo e surge o projeto tipográfico, o que hoje denominamos design gráfico, ou design editorial. Os Livros passam a ser portáteis e aparecem novos gêneros, como o romance, novela e almanaque.

Na Idade Contemporânea surgem as informações não lineares, através dos jornais, revistas, enciclopédias. Novas mídias trazem novos formatos, os sonoros, o imagético (fotografia) e o misto (cinema e TV).

Agora, final do século XX, início do XXI, assistimos a outra revolução. Com a invenção da Internet, uma nova roupagem é dada aos Livros. Os caracteres eletrônicos substituem a caligrafia; a tela substitui o papel... Será o fim dos Livros como os conhecemos? Serão eles relegados a peças de antiquários, colecionadores, ou a prateleiras empoeiradas das bibliotecas, como hoje o são os antigos Códex? Que futuro terão os Livros?



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